Esta promissora América LatinaEm
sua posse no cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, o embaixador Sérgio Amaral reafirmou o explícito entusiasmo
de enfrentar o desafio de incrementar as exportações brasileiras. Ficou
claro para todos que ele expressava uma posição do governo, enfatizada
pelo presidente da República, em uma demonstração de que o espírito das
autoridades federais está inoculado pela causa e de que a compreensão do
que significa uma ação coordenada, visando à inserção do Brasil na
economia internacional, começa a se disseminar. Entre outras coisas, o
ministro declarou: "Nossa prioridade é o MERCOSUL".O governo
federal foca seus esforços no aumento das exportações brasileiras e na
direção certa, mas há um alvo maior e possível: a América do Sul. Há uma
agenda aguardando definições e atos, particularmente no que diz
respeito aos juros - que precisam ser reduzidos a patamares compatíveis
com os praticados nos lugares do mundo onde nossos concorrentes se
financiam. Espera-se também uma maior disponibilidade de recursos nos
programas de fomento às exportações; uma reforma tributária, que é
urgente; um aperfeiçoamento da legislação trabalhista e uma ampliação e
melhoria da infra-estrutura nacional, principalmente no setor de
transportes. Esse conjunto de fatores - enquanto não definidos e
implementados - é que torna as empresas brasileiras vulneráveis no jogo
do comércio internacional. Mas a questão da América do Sul merece uma
análise especial.Dinheiro é um facilitador das transações, mas
não é a única forma de relação comercial. O mundo moderno não pode
menosprezar a sabedoria de nossos antepassados, que sobreviveram séculos
fazendo trocas. Um bom exemplo de alinhamento entre estratégias
empresariais e apoio governamental, que resultou em uma equação, é o
caso da Odebrecht em Angola: esta construtora constrói a hidrelétrica de
que o país africano necessita, e o governo angolano paga com petróleo,
produto abundante naquele país.O fato é que existe um vasto
mercado para exportação na América do Sul que não pode ser
desconsiderado. Politicamente, esse é o mercado do Brasil, e o Brasil é o
mercado para sua viabilização. O governo federal não deve fechar-se
sobre o MERCOSUL. Precisamos assumir o papel geopolítico de liderança em
toda a América do Sul, até porque nossa condição diferenciada no
contexto mundial facilita a captação de capitais internacionais, para
financiar, aqui, operações dessa natureza. A infra-estrutura de
transportes, geração de energia e telecomunicações e as riquezas do
subsolo estão esperando por investimentos. Se não os fizermos, outros
farão.Emílio Odebrecht. Ícaro Brasil, nov./2001, p. 28-30 (com adaptações).Com o auxílio do texto, julgue o item que se segue, relativo à construção do espaço econômico e político da América do Sul.Apesar da retórica político-diplomática em favor da integração sul-americana, inexistem esforços de cooperação e coordenação no sentido de arregimentar forças em favor de projetos de integração.
Certo
Errado